sábado, 20 de março de 2010

LULA, ISRAEL E IRÃ - O Dia das Relações Exteriores


LULA, ISRAEL E IRÃ
O Dia das Relações Exteriores

Paulo Matos (*)

A proposta de mediação de Lula é a grande notícia deste Dia das Relações Exteriores. No dia 16/3, marcada pela fundação do Ministério por D. João VI quando chegou por aqui em 1808. Era um Chefe de Estado fugido, em ato inédito nesta ciência. Mas não foi esta sua repercussão positiva, injustamente, aliás. A César o que é de César, méritos são méritos. Nada de oposição sistemática. Ele é o homem, do petróleo, inclusive, reposicionando o Brasil no mundo.

O argumento de Lula que um país não pode se desenvolver com pobres (palestinos) em volta é perfeito, lógico e pacífico. Só não interessa aos fabricantes de armas, os que financiam Obama e Shimom Peres, o antigo “trabalhista”. O boicote do ministro da pasta israelense à visita de Lula ao túmulo do fundador do país é uma estupidez. O ato de Israel na construção de 1,6 mil casas na Cisjordânia significa matar israelenses, acirramento e provocação.

Como alguém lá colocado para negociar é porta-voz do principio “não tem papo”?Avigdor Lieberman, o ministro que já mandou aliado “para o inferno” (o primeiro ministro do Egito), não foi assistir ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula no Parlamento.Estado teocrático é problema: é o único da região sem fronteiras fixas, se expande permanentemente, único no mundo.

É rompimento puro e simples coma antiga Pérsia o que eles querem? De que isso adianta? Adiantava Lula “romper negociações” com a Villares? E os metalúrgicos? Por sorte, eles estavam nas mãos de um grande negociador, a seu favor – o que não parece ser o caso do ministro e do Shimon.

Erra Lula ao apoiar o "ditador assassino" Mahmud Ahmabinejad, do Irã? Obama mata mais do que ele, aliás, bem mais, civis em massa no Iraque e Afeganistão. Consideremos que ele fracassou: não conseguiu matar tanta gente quanto seu colega Obama, o Prêmio Nobel da Paz. Ahmabinedjad não pode fazer a sua política externa? O Irã quer ter armas atômicas? Não pode, só os países grandes? Isto não se sugere absurdo?

A demonização dos antigos inimigos dos EUA começou com uma pequena alteração do significado de "mito". Interpretado como “mentira” quando ele disse que "O holocausto foi um mito". Falseta, falácia, não é. É uso do fato. Golpe demonizador, artificial. Lula está "sendo criticado no mundo" por apoiar o Irã? A ousadia e a não-dependência na política internacional não é fácil, mas reposicionou o Brasil no mundo e acabou com  conceito de "áreas de influência".

Não adianta mandar a Hillary, “apertar” o Lula que ousou desafiar o império: fica ridícula a obediência cega aos EUA, coisa do passado e do FHC. Quando eles mudarem de opinião teremos que mudar junto? É o que ocorrerá. Um país do tamanho do Brasil não pode entrar nessa. A "bronca" americana é que há décadas eles exploravam o petróleo do mundo inteiro. E foi Mahumud Mossadegh, do Irã, que acabou com isso, nos anos 50.

Assim como Cuba, que construiu uma sociedade decente, eles não perdoam os inimigos. "É aqui onde começarão nossos problemas se não formos cuidadosos", disse o presidente americano Harry Truman, da “Caça às Bruxas” soa nos 40, apontando para o Irã.  A dificuldade de entendimento entre o Hamaz e o Fatah, grupos palestinos de larga ação social e grande influência política, é coisa simples para este negociador Lula, que dá lições de equilíbrio e tolerância. Um brinde à sua política externa.

Paulo Matos 
Jornalista, Historiador pós-graduado e Bacharel em Direito 
E-mail: jornalistapaulomatos@yahoo.com.br
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Twitter: www.twitter.com/jorpaulomatos 
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