quarta-feira, 25 de novembro de 2009

FAVELA, CANUDOS E EUCLIDES

FAVELA, CANUDOS E EUCLIDES

Paulo Matos (*)

"Tivesse a favela outro nome seria outra sua miséria?" Parafraseando Shakespeare ou quase, a respeito das sempre comentadas favelas cariocas: na falta de soluções para elas e com 100% das atenções voltadas para as olimpíadas, acredito que a antiga solução do muro alto será adotada - para escondê-las dos visitantes, enquanto construímos estádios. Aliàs, o evento da passagem deste 5 de outubro nos remete às favelas e a um massacre histórico nesta data - do qual decorreram. Escreveu sobre o episódio Euclides da Cunha, do qual vivemos o centenário da morte aos 43 anos.

Nada complexo: o massacre ocorrido foi o do Arraial de Canudos, em cinco de outubro de 1897, há 112 anos - ocupado a cinco de julho de 1893 por uma dezena de pessoas. Era o Belo monte do líder de massas Antonio Conselheiro em 1897 - que de louco não tinha nada. Favela era o nome do morro que cercava a Fazenda Velha onde se instalou e cresceu Canudos, a estas alturas rica e auto-suficiente, esmagada pelo Exército com canhões Krupp quando tinha 30 mil pessoas. As tropas paulistas, parte dos 11 estados, passaram por Santos e foram homenageadas com jantar no Carioca.

Os índios, sertanejos e ex-escravos que fugiram foram para o RJ. E ao verem as casinholas nos morros disseram que "parecia o morro da favela". É isso. Que nossos títulos em 2016 sejam na saúde, educação, alimentação, moradia e transporte e, até, no esporte.


Paulo Matos
Jornalista, Historiador pós-graduado e Bacharel em Direito
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