domingo, 27 de setembro de 2009

PETRÓLEO, CAMINHO PARA O FUTURO NA ENERGIA

PETRÓLEO, CAMINHO PARA O FUTURO NA ENERGIA
- o óleo é da União

Paulo Matos (*)


A exploração do petróleo e do gás da bacia de Santos deve durar vinte anos, tempo aquém do que se projeta o ”ouro negro” descoberto no século XIX na América do Norte e no século XX por aqui, respectivamente 1859 e 1939. Os Estados Unidos descobriram o petróleo 80 anos antes de nós, em 1859. Em 1927 tinham quase um milhão de poços. Em 15 anos, abrimos 65 poços, eles 380 mil.


Foram 70 poços abertos por dia nos EU, nós quatro por ano. São dados do livro “O escândalo do petróleo e do ferro”, de Monteiro Lobato. “Tivessem um serviço geológico como o nosso... México, Venezuela, Colômbia, Chile, Peru, todos descobrem e exploram o petróleo. Mas o Brasil... Não tem!“. Ultrapassamos a resistência antinacional. Mas ela volta como um amor saudoso, só que eivado de atraso.


Configurado nosso atraso em relação aos Estados Unidos, se pode dizer um atraso impulsionado por interesses daquele país que encontraram emissários dispostos a fazer o papel de retardar nosso processo, reversamente temos agora um governo popular, que vai administrar da melhor maneira possível a necessidade de 600 milhões de dólares para esta exploração finita, capacitando para novos processos energéticos alternativos e não impactantes. E que se esforça por rejeitar os ideólogos do atraso.


Por uma coincidência histórica, esse momento ocorre após um quarto de século de Ditadura Militar pró-americana por eles instalada, com breve intervalo nacionalista de Geisel – com gente disposta a explorar a riqueza acumulada há 130 milhões de anos na separação dos continentes do Brasil e da África.


Com dificuldades técnicas superáveis pela melhor tecnologia mundial do setor de exploração do petróleo no mar, onde está 80% de todo nosso petróleo, contrariando os ideólogos da desnacionalização foi enviada ao Congresso o novo Marco Regulatório, exatamente o que fez Getulio Vargas quando criou a Petrobras – para a que obteve unanimidade apesar da Standard Oil e do Ibrahym Sued – que expressava a voz do atraso diariamente em sua coluna social. A Petrobras é a única operadora, pelo novo Marco Regulatório, sócia obrigatória de tudo – e não poderia ser de outra maneira.


O modelo de produção proposto é o da partilha, revertendo o nefasto passado recente quando o monopólio foi quebrado há 12 anos. Método usado pelos países que tem grandes reservas e que abrange 77% do petróleo existente, 10% mistos e apenas 3% em mãos privadas, o que desejam abracemos como suicidas.


Campos, a cidade que mais recebe royalties no Brasil do petróleo está oferecendo faculdades gratuitas a sua gente, tem a maior renda per capita do país com seis mil reais por habitante. O crescimento populacional resultante da exploração e de seus lucros chegou a 33% em Rio das Ostras no Rio de Janeiro em seis anos.


A praia de Rio das Ostras tem calçadas de porcelanato. Macaé cresceu 600% em 10 anos e está com 180 mil habitantes. Questões sociais e urbanas se apresentam. A discussão sobre as verbas dos estados movimenta a cena política e Lula quer a distribuição para todos, mesmo os que não produzem.


Lá se vão os tempos em que o presidente americano Truman da Guerra Fria catitava Vargas para estender os domínios da Standard Oil que Lobato combatia. Mas torres se projetaram em todo o país na luta “O petróleo é nosso” e nosso presidente encampou a idéia da Petrobras e do monopólio engrandecedor.


Construía Getulio Vargas um processo que tornou possível agora, para 190 milhões de brasileiros, um novo pacto social estendendo os benefícios negados por tanto tempo na saúde e na educação, eliminando a pobreza e contemplando o melhor eco-sistema do mundo. É pouco?



(*) PAULO MATOS
Jornalista, Historiador pós-graduado e bacharel em Direito
Email: jornalistapaulomatos@yahoo.com.br
Blog: http://jornalsantoshistoriapaulomatos.blogspot.com
 F.13-38771292 – 97014788

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