INDEPENDÊNCIA, O RETRATO DO PETRÓLEO NO BRASIL – I
- As origens do atraso
(*) Paulo Matos
7-9-2009
A história da Independência Brasileira, acordada e consentida na continuidade da família Bragança, da monarquia absolutista, da escravidão e dos privilégios, tem episódios que, por si, explicam a nossa tradição conservadora que a impossibilitou. E a impediu de realizar sem avançar. Mas o processo teve exceções como este atual do petróleo, instantes de autonomia nacional difíceis de rejeitar.
Mas diante de argumentos tão lógicos que apenas a esquerda teria inteligência, debaixo de uma chuva de pregos da oposição lacerdista, mesmo assim avançaríamos no processo. Mostrando que sem a principal das reformas, a política, o avanço social será sempre lento. Esta gênese constitui o retrato atual da estrutura de poder do país, mantenedora da tradição oligárquica, parte da qual hoje insiste em uma renúncia da uma posição soberana em relação ao ouro negro.
Mas diante de argumentos tão lógicos que apenas a esquerda teria inteligência, debaixo de uma chuva de pregos da oposição lacerdista, mesmo assim avançaríamos no processo. Mostrando que sem a principal das reformas, a política, o avanço social será sempre lento. Esta gênese constitui o retrato atual da estrutura de poder do país, mantenedora da tradição oligárquica, parte da qual hoje insiste em uma renúncia da uma posição soberana em relação ao ouro negro.
Repetem-se os argumentos do final da década de 40 e meados dos 50, da luta popular “O petróleo é nosso”, que veio reagir aos adversários do petróleo nacional. Atuaram intensamente, mas tendo revertido a própria opinião de Vargas que mantinha no Conselho Nacional de Petróleo Fleury da Rocha. Uma postura nacionalista que leva o presidente Vargas ao suicídio em agosto de 1954, ano de fundação da Petrobras que escapou de ser “Petrobras” com FHC.
O cenário às vésperas da criação da Petrobras foi o período de luta entre os setores que negavam o petróleo e defendiam sua entrega aos louros de olhos azuis. Mas ocorreu a vitória popular, com a aprovação da norma que a criou, a Lei 2004, em outubro de 1953. O bombardeio ideológico se seguiria, na tentativa de golpe abortada com o suicídio de Vargas. Outros viriam.
Aliás, a vitória da criação da Petrobras veio por unanimidade no Congresso e teve o voto até da antiga oposição. É isso que poderá acontecer no atual debate, diante do argumento imbatível da necessidade de se defender a Independência real como elemento da constituição nacional de infra-estrutura.
O mundo foi modificado e inoculado pelo sonho das independências pelas revoluções democráticas dos iluministas de Crowel na Inglaterra, de Marat da grande Revolução Francesa – a de 1893 e não a de 1789. Mas antes pela Independência dos Estados Unidos, de 1776, no projeto de Jefferson e Adams, na revolta contra a guerra entre a França e a Inglaterra por territórios na nova nação.
No petróleo, essa luta contra a dominação mundial das empresas americanas é em 1932, com a revolta no Irã contra o domínio das “Sete Irmãs” americanas, que se ampliou para outros países. A República brasileira de 1889, que herdou o atraso do escravismo e do sistema de dominação medieval, quis a todo custo imitar a plástica da Revolução Francesa, mas só ela, sem ação transformadora.
A vitória foi sempre a do atraso, no embate entre republicanos monarquistas absolutistas e monarquistas Constitucionais. Eis nosso retrato: decorre da existência nos movimentos políticos brasileiros sempre de duas correntes ideológicas, com vitória das mais atrasadas, comprometidas com o passado obscuro.
Esta é uma realidade que nem as revoluções regionais conseguiram derrubar e uma das mais cruéis tradições malditas que arrastamos que. A elas reagiu a França na sua Revolução ano II de 1793, completando a de 1789. Foi essa Revolução que designou a invenção de Guillotin para os reis presos na torre, assim como todo o avanço decorrente retratado na analise do anarquista Potr Kropotkin no livro “A Grande Revolução” dos jacobinos.
A Grande Revolução implantou desde a Reforma Agrária, com a tomada das terras dos imigrados, assim como a fixação do máximo para os preços. Tudo para construir um grande país quem se formou, mas que se nos dominasse nos faria pequenos. Daí a necessidade da Independência.
(*) Paulo Matos é Jornalista, Historiador pós-graduado e Bacharel em Direito. E-mail: jornalistapaulomatos@yahoo.com.br
Blog: http://jornalsantoshistoriapaulomatos.blogspot.com
Twitter: http://twitter.com/jorpaulomatos
F.13-38771292 – 97014788
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