quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

VILA PARISI - um livro e uma história

VILA PARISI
- um livro e uma história

“VILA PARISI, CUBATÃO, A VILA MAIS POLUÍDA DO MUNDO” É UMA PESQUISA HISTÓRICA DO JORNALISTA PAULO MATOS QUE REMONTA AOS FATOS DA COLONIZAÇÃO BRASILEIRA, DAS ORIGENS DO SÍTIO DE BANANAIS SOBRE O QUAL SE IMPLANTOU UMA VILA. QUE MACIÇAMENTE OCUPADA, SE TORNOU A MAIS POLUIDA DO PLANETA, EXIGINDO UM ÁRDUO TRABALHO POLÍTICO E ADMINISTRATIVO PARA QUE ESTA REALIDADE FOSSE REVERTIDA EM FATOR DE DESENVOLVIMENTO.

O livro descreve o episódio do trágico núcleo cubatense que, então chamado pelo jornalista Randáu Marques, do Jornal da Tarde, de Vale da Morte – à época da explosão do caso na imprensa, em 1980. Surgido em 1956 entre antigos bananais já improdutivos, o núcleo chegou a reunir 25 mil moradores nos anos 80 e teve repercussão mundial, com seus habitantes fixados precariamente em seus 475 metros quadrados de água, lama, sujeira, caramujos...

Com moradores vindos majoritariamente do nordeste, emigrantes em busca dos então nascentes empregos da Cosipa, instalando-se ao lado dela em condições que se degradariam mais no acúmulo populacional que se sucedeu, gerando um dos maiores dramas sociais já vividos em nosso país e em nosso planeta.

Com a vinda dos migrantes, Vila Parisi se tornou o inferno das enchentes, valas fétidas, caramujos da esquistossomose e fossas, sem água, esgoto, pavimentação ou qualquer serviço público – ainda bombardeada pela poluição industrial que se instalou em redor do vale entre montanhas. Foi aprovada no papel - e legalizada pelo Prefeito Luiz Camargo da Fonseca e Silva em 18 de janeiro de 1957.

O antigo bananal de Vila Parisi nasceu com o português de Coimbra Antonio Mendes da Costa, que trabalhou até quase 100 anos plantando e embarcando bananas. E ficou para seu genro, o espanhol de Ponterubias, Província de Pontevedras, Silvestre Perez Esteves, que chegara em 1922 com 24 anos, dividindo o trabalho com o sogro. Ele, depois de muito plantar bananas, venderia a área , em 1956, aos irmãos Celso e Heládio Parisi – que "fizeram" a Vila.

Palco de histórias e disputas dramáticas, em que se envolveram personalidades nacionais e estaduais, Vila Parisi provocou grande movimentação social em Cubatão, na organização popular que rejeitava a tragédia. E foi a partir dela que se buscou a solução dos problemas de poluição da cidade, no momento do início da democratização brasileiro com a eleição, em São Paulo, em 1982, do Governador Franco Montoro.

O livro remonta as origens da área na época da colonização, desde a posse dos jesuítas. Faz o trajeto da industrialização cubatense, narrando o dia a dia dos fatos da tragédia na imprensa. Foram utilizadas como fontes centenas de publicações jornalísticas, livros e teses e o livro faz um mergulho desde a pré-história.

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