sexta-feira, 18 de julho de 2008

A POLÊMICA DAS TORRES

A Polêmica das Torres

Paulo Matos

Nestes 50 anos da bossa-nova, tão bem tocada na Litoral FM pelo João Claudio em "Bossa Nova e Afins", saudades. Saudades dos sonhos de futuro de uma época de democracia e desenvolvimento popular, do Vinicius diplomata e compositor. Hoje, tem gente criticando as torres - estes edifícios altos de mais de 20 andares que se fazem em Santos. Outro dia, de helicóptero, vi milhares na capital, juntos! E, incrível, a terra não afundou.

E nem afundaria, Com as estacas de 50 metros que tem, nunca entortarão - traço de Santos - e nem farão afundar a ilha, é claro. Aqui fizeram umas poucas, mas tem gente criticando, como sempre, equivocados. Mas criticando sem razão e ao reverso de um crescimento sustentável. Armenio quer discutir com os críticos, me disse, neste Tribunal do Litoral - quando chegar de Portugal.

As torres respondem às nossas necessidades de expansão humana e de aumento da população. Bem, lá vão morar pessoas das classes A e B, mas novas moradias entram no mercado, aumentando a oferta. E o pessoal conhece a velha e irrevogável Lei da Oferta e Procura, instituida sabe-se lá quando. A notícia recente é que as torres foram liberadas em Paris. Aqui "sarrafam" a novidade construtiva que se espalha pelo mundo como solução de espaços. Já viram o Prime Plaza, no Gonzaga? Vai fazer crescer a cidade, com 30 andares.

As torres seriam a solução final para a nossa praia, ocupando apenas a terça parte do espaço atual da muralha de prédios, se os substituíssem. Poderíamos criar as teorias as super-quadras, de Corbusier, antigas, equipadas com serviços evitando as viagens. Cerca de 2/3 dos espaços seriam coletivos, com torres de 45 andares. Colocariam fim ao aquecimento da cidade, substituindo o paredão que se construiu com centenas de prédios baixos. Se isto é sonho, vamos, pelo menos, aproveitar melhor os espaços!

A tecnologia da moradia entra na disputa por espaços com o porto que se expande. É um método construtivo evoluído e reconhecido pela arquitetura – maior espaço vertical, menos horizontal, beneficiando o meio-ambiente. Prédios altos diminuem o custo das fundações. Há ainda o importante papel da construção civil nos aspectos econômicos e sociais.

E não há de se falar nos impactos ambientais, de se falar em grandes garagens provocando o aumento dos carros, pois estas guardam e não criam veículos. As torres são a tecnologia mais desenvolvida para reduzir o impacto ambiental. Garantem o sol e o vento aos seus moradores e à cidade. Elas crescem para o alto, verticalmente. Diminui a área horizontal ocupada. Poderíamos, com as torres, nos livrar do paredão na praia.

A arquitetura com tecnologia podem evoluir sim as condições ambientais e impedir os impactos negativos. As novas construções estão na praia e vão para as classes A e B. Mas logo estarão no Marapé e na Zona Noroeste, para a classe C. No centro, para preservar as construções antigas e históricas, teremos que fazer uma mescla do velho e do novo, com torres - e muito cuidado com a tecnologia dos bate-estacas, pois não pode haver sombra de trepidação. A geração de empregos e renda temporários (na construção) e permanentes, nos estabelecimentos e no consumo que gerarão estes novos empreendimentos São fatores que completam o clima favorável. Os críticos não tem a mínima base técnica ou teórica, são apenas saudosistas da paz dos cemitérios.

Assim, antes que a voz repetida contra as torres de alguns vire verdade, como reconheceu aquele ministro alemão nazista, tal de Goebels, é preciso esclarecer e retomar os fatos como eles são. Isto para que o crescimento necessário, que gera novos equipamentos urbanos, seja permanente. Não poderemos ficar desatentos e muito menos nos opormos a esta onda. Isto sob pena de sermos jogados do bonde da história, que, aliás, está voltando. Queremos almoçar no bonde-restaurante e visitar as torres, na cidade que já teve a maior rede elétrica de bondes da América do Sul, em 1917. Tudo para que a cidade-mãe acolha seus filhos, que são todos os que vierem para cá.

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