BRASIL, CASAGRANDE E "MODERNIDADE"
Paulo Matos
Se na antiguidade grega estavam presentes os mesmos componentes sociais da Idade Média e da época colonial, ou seja, proprietários e escravos, o que dizer da chamada modernidade que não é? O quadro do desenvolvimento capitalista ornamentou a sociedade com elentos que, escalonados, garantiriam a perpetuação do modelo econômico. Em face, porém, do agravamento de suas condições em função da própria falibilidade estrutural do capitalismo, o processo de liquidação dos fatores intermediários - classe média, sua proletarização - é consequência da introdução do chamado neo-liberalismo. E o que visa este aprofundamento econômico dos princípios de Adam Smith, se não a negação das estruturas desenhadas pelo "welfare state", o estado do bem-estar social ?
Como um desentupidor de pias, exemplicou certa feita um economista, o capitalismo necessita revigorar-se de tempos em tempos para manter-se eexpandir-se, o que faz artificialmente ampliando suas áreas de exploração. Dai ocorrem as invasões e também as privatizações, políticas determinadas pelo "Consenso de Washington". Com a introdução das novas tecnologias acompanhando as privatizações, ocorre a maximização do desemprego, com o crescimento das parcelas excluídas tal como previu Marx, na natureza capitalista de exploração da mão-de-obra, agora maximizada pelo neo-liberalismo. Segundo Hobsbaw, é aí que reside esta iniciativa neo-liberal de ampliação dos lucros a partir da compressão do custo do trabalho humano.
Bem, é com esta exclusão que desaparece a classe média, que se proletariza, levando a um grau de enfrentamento tal e qual o que fez evoluir a sociedade, só que agora diante de um estado policial e militarmente armado capaz de promover genocídios, tais como tem ocorrido nos países subdesenvolvidos.
A questão ideológica merece especial resgate nesta análise, porque anteriormente repassada pela classe média , originária da classe dominante, aos integrantes da base da sociedade, agora, com o desmonte desta correia de transmissão privilegiada, sofre uma modificação estrutural capaz de abrir flancos para penetração de propostas na reforma do sistema, já que explodem as rebeliões sejam dos excluídos (além dos pobres, temos na América Latina predominãncia do elemento indigena, que são indios e pobres sob um poder branco e rico), sejam a das parcelas desorganizadas (crime organizado) - mais o ressurgimento na América do Sul da chamada esquerda populista (evolução eleitoral na Colombia; poder na Venezuela e Brasil; ascensão na Bolívia, sem contar Cuba), acompanhada da contestação expressa no Oriente Médio, que iminentemente pode cair nas mãos dos Xiitas, que são maioria.
Concluindo, pode-se dizer que a volta ao Quiartel do Abrantes (como era antes) é uma lógica desenhada pelas novas condições do sistema, que faz gestões de re-escravizar os trabalhadores que tão há pouco obtiveram vantagens que estão sendo derrogadas.
Paulo Matos
Se na antiguidade grega estavam presentes os mesmos componentes sociais da Idade Média e da época colonial, ou seja, proprietários e escravos, o que dizer da chamada modernidade que não é? O quadro do desenvolvimento capitalista ornamentou a sociedade com elentos que, escalonados, garantiriam a perpetuação do modelo econômico. Em face, porém, do agravamento de suas condições em função da própria falibilidade estrutural do capitalismo, o processo de liquidação dos fatores intermediários - classe média, sua proletarização - é consequência da introdução do chamado neo-liberalismo. E o que visa este aprofundamento econômico dos princípios de Adam Smith, se não a negação das estruturas desenhadas pelo "welfare state", o estado do bem-estar social ?
Como um desentupidor de pias, exemplicou certa feita um economista, o capitalismo necessita revigorar-se de tempos em tempos para manter-se eexpandir-se, o que faz artificialmente ampliando suas áreas de exploração. Dai ocorrem as invasões e também as privatizações, políticas determinadas pelo "Consenso de Washington". Com a introdução das novas tecnologias acompanhando as privatizações, ocorre a maximização do desemprego, com o crescimento das parcelas excluídas tal como previu Marx, na natureza capitalista de exploração da mão-de-obra, agora maximizada pelo neo-liberalismo. Segundo Hobsbaw, é aí que reside esta iniciativa neo-liberal de ampliação dos lucros a partir da compressão do custo do trabalho humano.
Bem, é com esta exclusão que desaparece a classe média, que se proletariza, levando a um grau de enfrentamento tal e qual o que fez evoluir a sociedade, só que agora diante de um estado policial e militarmente armado capaz de promover genocídios, tais como tem ocorrido nos países subdesenvolvidos.
A questão ideológica merece especial resgate nesta análise, porque anteriormente repassada pela classe média , originária da classe dominante, aos integrantes da base da sociedade, agora, com o desmonte desta correia de transmissão privilegiada, sofre uma modificação estrutural capaz de abrir flancos para penetração de propostas na reforma do sistema, já que explodem as rebeliões sejam dos excluídos (além dos pobres, temos na América Latina predominãncia do elemento indigena, que são indios e pobres sob um poder branco e rico), sejam a das parcelas desorganizadas (crime organizado) - mais o ressurgimento na América do Sul da chamada esquerda populista (evolução eleitoral na Colombia; poder na Venezuela e Brasil; ascensão na Bolívia, sem contar Cuba), acompanhada da contestação expressa no Oriente Médio, que iminentemente pode cair nas mãos dos Xiitas, que são maioria.
Concluindo, pode-se dizer que a volta ao Quiartel do Abrantes (como era antes) é uma lógica desenhada pelas novas condições do sistema, que faz gestões de re-escravizar os trabalhadores que tão há pouco obtiveram vantagens que estão sendo derrogadas.
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