1968 - IV
Paulo Matos
Em 1968, Santos perdia seus bondes abertos, em janeiro. Reconhecida a bobagem de acabar com eles, estão voltando. Era difícil de cobrar a passagem, diziam. Não eram eles que atrapalhavam o trânsito, descobriram. Era o trânsito que atrapalhava o bonde. Santos perdia parte de seus heróicos vínculos com seu passado libertário, abertos como os bondes. Logo ficaríamos sem os bondes abertos e também os fechados, “camarão”. Isto para gozo das indústrias de petróleo e borracha, deixando saudades. Só o Justo os defendeu.
Em outubro acontecia o Congresso da UNE, a União Nacional dos Estudantes, clandestino – era proibido. Levantamos fundos aqui, no festival do Teles. Foi no dia 12, em Ibiúna - ocupado pelo Exército e com 1.240 presos. Nossa pauta é o amor comum. Mas 1968 se explica mesmo por suas frases em Paris e Nanterre:
* Um pensar que estanca é um pensar que apodrece. Reformas: clorofórmio.
*Chega de tomar o elevador: tome o poder!
*Sejam realistas, exijam o impossível! 1968: barricadas fecham as ruas, mas abrem o caminho. É maio, é Paris. Vamos fazer outra vez uma Revolução Cultural contra uma sociedade de robôs?
*A inteligência caminha mais do que o coração, mas não vai tão longe.
*O direito de viver não se mendiga, se toma!
*Abaixo o realismo socialista, Viva o surrealismo! Sou marxista da linha Grouxo!
* Menor de 21 anos, eis a sua cédula de votação - um paralelepípedo.
*Seja jovem, cale a boca. 1968 disse não.
Paulo Matos
Em 1968, Santos perdia seus bondes abertos, em janeiro. Reconhecida a bobagem de acabar com eles, estão voltando. Era difícil de cobrar a passagem, diziam. Não eram eles que atrapalhavam o trânsito, descobriram. Era o trânsito que atrapalhava o bonde. Santos perdia parte de seus heróicos vínculos com seu passado libertário, abertos como os bondes. Logo ficaríamos sem os bondes abertos e também os fechados, “camarão”. Isto para gozo das indústrias de petróleo e borracha, deixando saudades. Só o Justo os defendeu.
Em outubro acontecia o Congresso da UNE, a União Nacional dos Estudantes, clandestino – era proibido. Levantamos fundos aqui, no festival do Teles. Foi no dia 12, em Ibiúna - ocupado pelo Exército e com 1.240 presos. Nossa pauta é o amor comum. Mas 1968 se explica mesmo por suas frases em Paris e Nanterre:
* Um pensar que estanca é um pensar que apodrece. Reformas: clorofórmio.
*Chega de tomar o elevador: tome o poder!
*Sejam realistas, exijam o impossível! 1968: barricadas fecham as ruas, mas abrem o caminho. É maio, é Paris. Vamos fazer outra vez uma Revolução Cultural contra uma sociedade de robôs?
*A inteligência caminha mais do que o coração, mas não vai tão longe.
*O direito de viver não se mendiga, se toma!
*Abaixo o realismo socialista, Viva o surrealismo! Sou marxista da linha Grouxo!
* Menor de 21 anos, eis a sua cédula de votação - um paralelepípedo.
*Seja jovem, cale a boca. 1968 disse não.
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