Senhor editor:
CORREDORES E CICLOVIAS
Paulo Matos (*)
CORREDORES E CICLOVIAS
Paulo Matos (*)
Impossível negar os benefícios das medidas urbanas anunciadas pelo governo municipal, amenizando a crise do transporte popular. A proposta de implantar ciclovias e corredores de ônibus na Avenida Ana Costa é positiva, porém não prescinde da discussão prévia com técnicos urbanistas e populares, a quem preocupa a crise das demandas cada vez mais presentes nestes métodos. Evitando erros que estão prestes a serem cometidos com desperdício de dinheiro público e sacrifício dos interesses populares e não beneficiando apenas as empresas e agilidade dos ônibus.
Inicialmente, teremos que compatibilizar a largura da via com a implantação da ciclovia e, ao que se anuncia, implicará em redução dos espaços de terra das palmeiras imperiais. Estes espaços foram, em passado recente, alargado para permitir a regeneração dos vegetais que estavam apresentando sinais de fenescência e inclinação das majestosas árvores. Esta é uma das mais belas avenidas da cidade, que teve recentemente devastada sua cobertura vegetal por razões meramente estéticas.
Em segundo lugar, é preciso que se saiba que existem alternativas mais compatíveis com o fim de criar caminhos para as bicicletas, mais do que justificados, que é o de adoção de rotas laterais por vias menos densificadas, as ruas internas – método antigo. Mas acima de tudo, é necessária a clareza de que a atual crise do transporte coletivo e da redução de usuários resulta de diversos outros fatores que não a sua demora nos percursos devido à lentidão do tráfego de automóveis.
A superlotação dos veículos, que representa grave infração dos Direitos Humanos e nos leva a eras medievais, o custo elevado e injusto do pagamento por viagem e não por distância percorrida, alimentando lucros inexplicáveis e a inadaptação dos veículos para transporte de pessoas são algumas poucas destas razões.
Os atrasos que tornam imprevisíveis os destinos e as ausências de ônibus que não tem nenhuma disciplina de circulação e andam juntos veículos das mesmas linhas após longas esperas são apenas poucas recordações. Lembranças do sistema que expulsa e afasta usuários, obrigados a veículos calorentos e insuportáveis – fontes de contaminações diversas, que maltratam seus funcionários infringindo legislações diversas. Enfim, há muito o que se dirimir nas questões e o debate é seu equacionamento satisfatório e obrigatório. E temos certeza de que não faltará este interesse ao Governo Papa.
Paulo Matos Jornalista, Historiador pós-graduado e Bacharel em Direito
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