domingo, 12 de abril de 2009

Alerta - Os 10 Artigos sobre a iminente invasão do mar

SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – I
- No olho do furacão
Paulo Matos (*)


Escreve a Wikipédia que o nível do mar subiu cerca de 130 metros desde o auge da última idade do gelo, há 18 000 anos. A maior parte desta subida ocorreu antes de há 6 000 anos. Desde há 3 000 anos até ao início do século XIX, o nível do mar manteve-se praticamente constante, subindo entre 0.1 e 0.2 mm/ano. Agora, estamos “no olho do furacão” desse problema e devemos projetar as soluções – mesmo porque, lembremo-nos, moramos a beira-mar.

O saite http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2908313-EI8278,00.html informa que hoje, no Rio, 60 mil pessoas vivem em áreas que submergirão se o mar subir até 1,5 metro, o que pode acontecer até 2100. Ora, temos a mesma natureza da “Cidade Maravilhosa”. Ou não devem ser consideradas estas informações?

E conclui: as obras têm que iniciar em 2020 e 2030. É o que avisa Sérgio Besserman, presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), órgão da Prefeitura que estuda o impacto das mudanças do clima no Rio de Janeiro, cidade litorânea como nós. É preciso se preparar já, alertam especialistas. O aumento do nível do mar e a pressão dos lençóis freáticos obrigarão o governo a investir pesado na estrutura da cidade. Segundo ele, alguns prédios também terão de fazer suas pequenas obras.

A subida do nível do mar pode ser produto do aquecimento global através de dois processos principais: expansão da água do mar devida ao aquecimento dos oceanos e derretimento de massas de gelo sobre terra firme. Prevê-se que o aquecimento global possa causar uma subida significativa do nível do mar ao longo do século XXI. Em cada ano, cerca de 8 mm de água da superfície inteira dos oceanos cai na Antártica e na Gronelândia sob a forma de neve. Se o gelo não retornasse aos oceanos, o nível do mar diminuíria 8 mm a cada ano.

Todavia, aproximadamente a mesma quantidade de água retorna aos oceanos em icebergs e em gelo derretendo nas extremidades. Os cientistas não sabem qual é o maior - o gelo que entra ou sai. A diferença entre o gelo que entra e o gelo que sai é chamada de balanço de massa e é importante pois faz variar o nível do mar a nivel global.

Não podemos esquecer que somos cidade litorânea com porto e praia, que sofrerão com a elevação do nível do mar - por mais “Conselheiro Acácio” que isso possa parecer. O que nos coloca no centro de uma questão mundial que é a desse avanço das ondas sobre as cidades litorâneas. Que pode derrubar os prédios da orla, no início da anunciada invasão das águas salgadas, que sobem.


O saite da Globonews
http://www.mundosustentavel.com.br/globo270507.asp
avisa:


“O painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU prevê que, nos próximos 100 anos, o nível do mar deva subir entre 18 cm e 59 cm. No Brasil, esta elevação poderá atingir 42 milhões de brasileiros”. É o derretimento das geleiras na Antártica e na Groelândia. É pegar ou largar. As providências podem ficar por conta da nova secretaria de Ciência e Tecnologia, do Fabião.


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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – II
A elevação do mar em Santos
Paulo Matos (*)

Outra fonte sobre a elevação do nível do mar em função do derretimento das geleiras é a FAPESP – a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo -, que diz que a ameaça é mais grave do que se imaginava. O saite informa que se estima que 40% das praias do país sejam mais vulneráveis ao avanço gradual do mar. E reitera:

“O nível do mar poderá subir entre 18 e 59 centímetros até o final deste século, o que tornaria as populações costeiras mais vulneráveis a enchentes e tempestades. As áreas ameaçadas hoje abrigam cerca de 2% da superfície terrestre e aproximadamente 10% da população”. A conclusão é a mesma da pesquisa publicada na revista Nature.

Alguém já parou para pensar nisso ou o tempo das grandes soluções em Santos acabou com Saturnino de Brito na obra dos canais? O saite http://riosvoadores.com.br/WordPress/?p=10 traz a notícia de que a USP simulou o que acontecerá se o Atlântico subir 1,5 metros até o fim do século, em razão do aquecimento global.

O saite http://www.ecodebate.com.br/2008/09/08/holanda-se-prepara-para-a-elevacao-do-nivel-do-mar/ diz que a Holanda deve gastar mais de 100 bilhões de euros (R$ 248 bilhões) para preparar diques e proteções costeiras contra a elevação do nível do mar.

A elevação do nível do mar pode acabar com praias, destruir mangues e expor a ressacas áreas urbanas que hoje estão protegidas na Baixada Santista. A conclusão é de pesquisas realizadas com um modelo físico com 750 m2 - uma maquete da Baía e Estuário de Santos construído num galpão do Laboratório de Hidráulica da Poli (Escola Politécnica da USP).

Haverá redução nas praias, se perderá faixa de areia como já aconteceu no Gonzaguinha devido à ligação Ilha Porchat-Continente, o que fará a plataforma do Emissário. O mar vai atacar bravo até lugares que hoje só são atingidos em ressacas mais fortes, como a da Ponta da Praia em 2005 que inundou pistas e garagens, destruindo muretas e proteções. Haveria impacto nos mangues, influenciando no aumento da necessidade de dragagem.


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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – III
- Avanço do mar em Santos, muralhas na praia
Paulo Matos (*)
Áreas interiores da Aparecida e Ponta da Praia, mesmo que as ondas não avancem sobre as calçadas nesses locais, podem ter prejuízos, diz a pesquisa sobre o tema do aumento do nível do mar do professor da Poli Paolo Alfredini. Para ele, em todo o sistema de canais de drenagem que tornam determinadas áreas habitáveis, o nível de referência é o mar – e essas regiões são muito planas. Se o mar subir 1,5 metros grandes áreas passarão a ser mais inundadas”.
A subida do mar também pode prejudicar o sistema de coleta de esgoto da cidade, que direciona efluentes para emissários na orla, dizem os cientistas. E outra preocupação é o comprometimento de atuais fontes de água doce, porque a água salgada invadirá mais os canais e lençóis freáticos.

Apesar do detalhamento do modelo de Alfredini, porém, mais estudos são necessários para saber como lidar com o problema no futuro. Se teremos ou não um sistema de diques será possível para conter o mar, mas já é uma previsão real – as muralhas na praia. Será a muralha do canal 1, 2, 3, 4... É preciso acordar e pensar nisto, planejar. Na pior das hipóteses, será preciso adaptar construções ou simplesmente conviver com o problema: uma Baixada com menos praias e mangues, sem proteção natural contra ressacas.

Rio de Janeiro e Recife estão entre as cidades que oferecem menos resistência ao mar, na ameaça da elevação dos níveis em função do derretimento das geleiras, pela presença de manguezais e áreas densamente povoadas próximas de estuários. Especialistas apontam o que pode ser feito nas duas cidades para minimizar os efeitos da elevação do nível do mar sobre a população e os ecossistemas locais. Seria bom que nossas autoridades municipais vissem estes projetos e os estudassem.

Em outubro de 1987, o presidente da nação situada nas ilhas Maldivas, próximas a Austrália, alertou em um fervoroso discurso perante a Assembléia Geral das Nações Unidas que seu país estava ameaçado pela elevação do nível do mar. Aqui nunca nos mostramos preocupados com a ameaça futura, como é usual em administradores públicos excessivamente norteados pelo hoje de soluções necessárias e urgentes – motivados pela lógica do sistema.

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – IV
Ambiente e Coletividade
Paulo Matos (*)
Friedrich Engels falou na ação humana contra o ambiente na lógica do lucro imediato e sem preocupações com os efeitos remotos, como as que geraram as devastações presentes hoje no planeta, em função de políticas equivocadas. Escreveu isso já em 1876, da necessidade de vinculação das ações com políticas que se exigem coletivizadas no interesse de todos e não apenas de alguns. A questão do derretimento das geleiras e da elevação do nível do mar com a inundação de ilhas pelo mundo faz parte disso, provocada pela insensatez da produção da sociedade de consumo.

Isso quer dizer que em alguns anos teremos que resolver o problema de centenas de prédios da praia, que terão suas garagens inundadas e suas estruturas inundadas pela água que um dia retiraram. Na Ponta da Praia, no trecho sem areia, a invasão do mar recente – 2005 - inundou pistas e garagens. A medida tomada foi de eficácia infantil, como aquela história do pássaro que fazia sua parte ajudando, com seu bico que buscava água do mar, a apagar o incêndio da floresta, o que é belo, mas ineficiente.

A obra foi feita pela Prefeitura com agilidade, a reconstrução da mureta e a colocação de algumas dezenas de pedras sobre as já existentes na intenção de barrar o mar que avança como resultado das geleiras que derretem. Mas eram soluções tímidas e temporárias, só até a próxima ressaca.

Cerca de dois terços das geleiras já se foram derretidas pelo aquecimento global e o restante irá rápido. A queima de carbono faz aquecer a terra, mas as novas descobertas de petróleo são saudadas na realidade econômica do lucro rápido e sem romantismo. Não dá para brecar.

Nas palavras do presidente de Maldivas há 22 anos, seu país de mais de trezentos mil habitantes era “uma nação em perigo.” Com a maioria das suas 1.196 ilhas minúsculas somente 2 metros acima do nível do mar, a sobrevivência das Maldivas estaria em perigo mesmo com um aumento de apenas um metro em decorrência de uma ressaca.

Os dados da fornecidos por Lester Brown, fundador do WWI - World watch Institute e do EPI-Earth Policy Institute, EPI - Earth Policy Institute / UMA - Universidade Livre da Mata Atlântica, site http://www.wwiuma.org.br/ são precisos e tiram o sono apenas das pessoas que vem a vida além de sua própria existência, o que é raro na disputa acirrada do sistema econômico atual – o que permite esta agressão medieval contra os Direito Humanos.

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – V
O exemplo do avanço do mar nos Estados Unidos
Paulo Matos (*)

Uma equipe do Woods Hole Oceanographic Institute calculou a perda de terra em Massachusetts pela elevação do mar, à medida que o aquecimento avança. Segundo os dados da fornecidos por Lester Brown, da WWI - World watch Institute e do EPI - Earth Policy Institute, EPI - Earth Policy, utilizando as modestas projeções de elevação do nível do mar até 2025 da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, a equipe calculou que Massachusetts perderia mais de quatro mil hectares de terra.

Com base apenas na estimativa menor, e num valor nominal da terra de US$ 1 milhão por acre para terrenos frontais ao oceano, isto significará uma perda de, no mínimo, US$ 7,5 bilhões em propriedades de alto valor. Algumas das 72 comunidades costeiras incluídas no estudo perderiam muito mais terras do que outras. Nantucket poderia perder mais de seis acres e Falmouth, 3,8 acres, anualmente.

Os valores imobiliários costeiros provavelmente serão um dos primeiros indicadores econômicos a refletirem a elevação do nível do mar. Aqueles com grandes investimentos em propriedades de praia serão os mais afetados. Uma elevação de meio metro nos Estados Unidos causaria perdas entre US$ 20 bilhões e US$ 150 bilhões. Propriedades de praia, da mesma forma que usinas nucleares, estão se tornando impossíveis de serem seguradas – como muitos proprietários na Flórida já descobriram.

Muitos países em desenvolvimento que já lidam com crescimento populacional e competição intensa por espaço para moradia e cultivo, hoje se defrontam com a perspectiva do aumento do nível do mar e perdas substanciais de terra. Alguns dos países mais diretamente afetados foram os menos responsáveis pelo acúmulo do CO2 atmosférico, causador deste problema.

Enquanto os americanos enfrentam perdas de propriedades valiosas à beira da praia, os povos de ilhas baixas se defrontam com algo muito mais grave: a perda da sua nacionalidade. Eles estão aterrorizados com a política energética dos Estados Unidos, considerando os EUA uma nação velhaca, indiferente à sua adversidade e sem disposição de cooperar com a comunidade internacional para a implementação do Protocolo de Kyoto.

Pela primeira vez, desde o início da civilização, o nível do mar começou a se elevar numa escala mensurável. Tornou-se um indicador a ser observado, uma tendência que poderá forçar migrações humanas de dimensões inimagináveis. Também suscita questões, jamais enfrentadas pela humanidade, sobre a responsabilidade perante outras nações e as futuras gerações.

Aqui não temos dois metros acima do nível do mar e nem mesmo um, pois estamos exatamente no nível do mar - o que exigiu a construção dos canais há mais de um século “guardando” água em canais de mar a mar da ilha na majestosa criação de Saturnino de Brito. E agora?

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – VI
Uma ilha que já desapareceu sob o mar
Paulo Matos (*)

Tuvalu é o primeiro país onde a população está sendo forçada a evacuar devido à elevação do mar, porém certamente não será o último. Eles estão procurando casa para onze mil pessoas. Mas, o que dizer sobre as 311.000 pessoas que poderão ser forçadas a deixar as Maldivas? Quem as aceitará? Ou os milhões outros que vivem em países baixos e que em breve poderão se juntar à fileira de refugiados do clima? E quando o mundo inteiro tiver estas migrações massivas?

Será que as Nações Unidas serão forçadas a estabelecer um sistema de quotas para os “imigrantes climáticos”, alocando os refugiados entre os países de acordo com o tamanho de sua população? Ou a alocação obedecerá a proporcionalidade da contribuição de países individuais à mudança climática que provocou a evacuação? A agricultura sofrerá mutações como os ventos e os peixes na catástrofe produzida.

Os líderes de Tuvalu – uma minúscula ilha-nação no Oceano Pacífico, a meio caminho entre Havaí e Austrália – reconheceram a derrota em sua batalha com o mar invasor e anunciaram que abandonarão seu país. A Nova Zelândia concordou em aceitar todos os cidadãos de Tuvalu e a migração teve início em 2002.

Durante o Século XX, o nível do mar subiu 20 – 30 centímetros. Com tamanha elevação, os Estados Unidos perderiam 36.000 quilômetros quadrados de terra – com a perda maior nos estados do Atlântico e do Golfo. Grandes áreas de Manhattan e o Capitólio em Washington, D.C., seriam inundados pela água do mar, com 50 anos de ressacas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática projeta uma elevação de até 1 metro durante este século. O mar está subindo devido ao derretimento das geleiras e à expansão térmica do oceano, em conseqüência da mudança climática. Esta, por sua vez, é causada pelo aumento dos níveis atmosféricos de CO2, principalmente pela queima de combustíveis fósseis.

Enquanto o nível do mar sobe, Tuvalu sofre inundações nas baixadas. A intrusão da água salgada está contaminando sua água potável e prejudicando a produção de alimentos. A erosão costeira está corroendo as nove ilhas que compõem o país. O fenômeno é comum em praias do Nordeste e de Santa Catarina, que cedem ao avanço do mar, objeto também de políticas equivocadas como as da construção de enrocamentos tipo Emissário Submarino.

O que fazer? Campanhas de redução de emissões de carbono e aproveitamento de recicláveis para reduzir o consumo do finito patrimônio ambiental são tímidas. E existem duas correntes, pois há os que acham que tudo isto é diletantismo e que não haverá tempo hábil para soluções definitivas.

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – VII
Áreas de risco
Paulo Matos (*)

Conta o Greenpeace, uma das mais atuantes entidades ecológicas mundiais, que nas cinco principais metrópoles à beira-mar – Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Belém – residem mais de 22 milhões de indivíduos. Nelas e nas demais o nível médio do mar pode aumentar entre 30 cm e 80 cm nos próximos 50 a 80 anos. Qual a atitude? Ela é possível? Que tal iniciar seu planejamento? As tempestades estão ai como fruto do aquecimento global.

O aparecimento de furacões não é o único risco da elevação do nível do mar. Nas cidades litorâneas brasileiras, cerca de 42 milhões de pessoas (25% da população) que vivem na zona costeira, serão possíveis vítimas da elevação do nível do mar. A contagem de meio século - 50 anos - observou a elevação do mar da ordem de 40 cm / século, ou 4 mm / ano. Nossos filhos e netos estarão ai para assistir e administrar a crise inexorável.
No saite do Greenpeace

(greenpeacebr_0700403_elevacao_do_nivel_do_mar1.pdf)

consta que 10% da população mundial está em risco. Um estudo científico do Instituto Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento, de Londres, publicado no jornal "Environment and Urbanization" identifica, pela primeira vez, as áreas costeiras baixas como vulneráveis à elevação do nível do mar provocada pelo aquecimento global.

A Ásia é particularmente vulnerável e, em geral, as nações mais pobres correm maior perigo. Entre 1994 e 2004, cerca de um terço dos 1.562 desastres com enchentes ocorreram na Ásia. Das 120 mil pessoas que morreram nesse tipo de tragédia, cerca de metade vivia na região.

No total, 634 milhões de pessoas moram em zonas de risco - regiões com menos de 10 metros de altitude - e esse número está crescendo, diz o estudo. Dos mais de 180 países com população vivendo em regiões costeiras de baixa altitude, cerca de 70% possuem áreas urbanas com mais de cinco milhões de pessoas.

De acordo com o estudo publicado no site “Sciencexpress” (www.sciencexpress.org/14December2006), pelo Potsdam Institute for Climate Impact Research, da Alemanha, existe uma relação direta entre a elevação do nível do mar e o aumento médio global de temperatura. O estudo demonstra uma aproximação entre temperatura e as mudanças do nível do mar, durante o século 20, de 3,4mm / ano / °C.

Quando aplicados os cenários de aquecimento futuros do IPCC, resultam em um aumento do nível do mar, no ano de 2100, de 0,5 metros a 1,4 metros acima dos níveis de 1990. As variáveis são diversas, mas não fazem projeções muito diferentes entre si.


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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – VIII
Aquecimento global e soluções

Santos é mar, que a cerca e enfeita. E, por isso, responsável por ele e dependente dele, ao seu comportamento, que pode afetá-la gravemente não só na orla como na Zona Noroeste e até bairros próximos à praia. Alertamos para a subida do mar, que é observada desde 1961.

Nestes 48 anos os oceanógrafos observaram que os oceanos do planeta estão esquentando 50% a mais do que se imaginava. E isso pode fazer com que a elevação do nível do mar fiquem próximas do pior dos mundos. A Revista “Nature” de junho de 2008 publicou a pesquisa liderada por uma oceanógrafa paulista e ligada a um estudo australiano do período 1961 - 2003. A água aquecida aumenta de volume, o mar absorve 90% do calor da terra. O derretimento do gelo sobre os continentes faz o resto.

Não há dúvidas sobre aquecimento global, conclui COP-13 – a 13ª Convenção do Clima. O artigo de Thiago Romero, da Agência FAPESP, mostra que o aquecimento do sistema climático mundial foi detectado de forma inequívoca. Essa é uma importante e genérica conclusão do quarto relatório científico do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que foi reconhecida politicamente na 13ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP-13). É o que diz o saite http://www.itsb.org.br/aquecimento_global.htm.

A afirmação é do sociólogo Eduardo Viola, da Universidade de Brasília (UnB), que coordenou uma mesa-redonda formada por outros seis especialistas para debater os esforços internacionais em torno das questões climáticas. A discussão fez parte do 6º Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política, realizado na semana passada na Universidade Estadual de Campinas

De acordo com o artigo de Fábio Reynol na Agência FAPESP – http://www.agencia.fapesp.br/materia/9221/especiais/protocolos-e-acoes-insuficientes.htm - do mesmo modo que os países se organizaram para evitar o holocausto nuclear durante a Guerra Fria, o medo de uma catástrofe climática deve mover os governos de hoje a buscar saídas para o aquecimento global.

A antropóloga Myanna Lahsen, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), neste saite, apontou um paradoxo perigoso na questão das mudanças climáticas. Segundo ela, os países em desenvolvimento, que seriam os mais vulneráveis às mudanças climáticas, são os que menos contam com recursos e conhecimento científico para as ações de adaptação necessárias. Seria bom que estivéssemos alertas.

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – IX
Aquecimento global e soluções

Para reverter o aquecimento global e um de seus males, a elevação catastrófica dos níveis do mar, são necessárias as energias chamadas “limpas”, assim como que o Brasil deixe de ser o quarto maior gerador de poluição na queima das florestas. O Brasil e seu clima tropical, seu sol, mares e rios é o desenho do que se acreditava existir – o Éden, o paraíso, que indubitavelmente será alvo dos interesses estrangeiros. Agora paraíso da produção da energia alternativa, aquela que não produz o aquecimento global, a chamada “energia limpa” que caminha para aproveitar como força-motriz nada menos do que o ar.

A biomassa já é uma realidade, a cana-de-açúcar, a energia eólica e solar, o sonhado hidrogênio. O mundo está de olho no Brasil por esta imensa potencialidade de produção de combustíveis essenciais ao combate do efeito estufa. De acordo com a Wikipédia, o efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera.

Como conseqüência disso, o calor fica retido, não sendo liberado ao espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. O que se pode tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que desestabilize o equilíbrio energético no planeta e origine um fenômeno conhecido como aquecimento global.

O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a maior parte deste aquecimento,observado durante os últimos 50 anos,se deve muito provavelmente a um aumento dos gases do efeito estufa.

Os gases de estufa (dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), Óxido nitroso (N2O), CFC´s (CFxClx)) absorvem alguma radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e radiam, por sua vez, alguma da energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30°Cmais quente do que estaria sem a presença dos gases “de estufa”.

Um dos piores gases é o metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono, é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos (o Brasil tem o maior gado do planeta), sendo que a pecuária representa 16% da poluição mundial. Cientistas procuram a solução para esse problema e estão desenvolvendo um remédio para tentar resolver o caso. Na Nova Zelândia pensou-se em cobrar-se taxas por vaca, para compensar o efeito dos gases emitidos.

Ao contrário do singnificado literal da expressão “efeito estufa”, a atmosfera terrestre não se comporta como uma estufa (ou como um cobertor). Numa estufa, o aquecimento dá-se essencialmente porque a convecção – transmissão do calor nos líquidos e gases por efeito do movimento das camadas aquecidas - é suprimida.Não há troca de ar entre o interior e o exterior. Ora acontece que a atmosfera facilita a esse processo de transmissão do calor e não o armazena, na tragédia anunciada.

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SANTOS NA INVASÃO DO AMBIENTE – X
Aquecimento global e soluções

A atmosfera não reflete a energia radiada pela Terra. Os seus gases, principalmente o dióxido de carbono, absorvem-na. E se radia, é apenas porque tem uma temperatura finita e não por ter recebido radiação. A radiação que emite nada tem que ver com a que foi absorvida. Tem um espectro completamente diferente.

O efeito estufa, embora seja prejudicial em excesso, é na verdade vital para a vida na Terra, pois é ele que mantém as condições ideais para a manutenção da vida, com temperaturas mais amenas e adequadas. Porém, o excesso dos gases responsáveis pelo Efeito Estufa, ao qual desencadeia um fenômeno conhecido como Aquecimento Global, que é o grande vilão.

O problema do aumento dos gases estufa e sua influência no aquecimento global, tem colocado em confronto forças sociais que não permitem que se trate deste assunto do ponto de vista estritamente científico. Alinham-se, de um lado, os defensores das causas antropogênicas como principais responsáveis pelo aquecimento acelerado do planeta. São a maioria e omnipresentes na mídia.

Do outro lado estão os "céticos", que afirmam que o aquecimento acelerado está muito mais relacionado com causas intrínsecas da dinâmica da Terra, do que com os reclamados desmatamento e poluição que mais rápido causam os efeitos indesejáveis à vida sobre a face terrestre do que propriamente a capacidade de reposição planetária.

Ambos os lados apresentam argumentos e são apoiados por forças sociais. A poluição dos últimos duzentos anos tornou mais espessa a camada de gases existentes na atmosfera. Essa camada impede a dispersão da energia luminosa proveniente do Sol, que aquece e ilumina a Terra e também retém a radiação infravermelha (calor) emitida pela superfície do planeta.

O efeito do espessamento da camada gasosa é semelhante ao de uma estufa de vidro para plantas, o que originou seu nome. Muitos desses gases são produzidos naturalmente, como resultado de erupções vulcânicas, da decomposição de matéria orgânica e da fumaça de grandes incêndios. Sua existência é indispensável para a existência de vida no planeta, mas a densidade atual da camada gasosa é devida, em grande medida, à atividade humana.

Em escala global, o aumento exagerado dos gases responsáveis pelo efeito estufa provoca o aquecimento do global, o que tem conseqüências catastróficas. O derretimento das calotas polares e de geleiras, por exemplo, eleva o nível das águas dos oceanos e dos lagos, submergindo ilhas e amplas áreas litorâneas densamente povoadas.

O superaquecimento das regiões tropicais e subtropicais contribui para intensificar o processo de desertificação e de proliferação de insetos nocivos à saúde humana e animal. A destruição de habitats naturais provoca o desaparecimento de espécies vegetais e animais. Multiplicam-se as secas, inundações e furacões, com sua seqüela de destruição e morte.

(*) Paulo Matos é Jornalista, Historiador pós-graduado e bacharel em Direito – http://br.mc597.mail.yahoo.com/mc/compose?to=jornalistapaulomatos@yahoo.com.br - Blog http://jornalsantoshistoriapaulomatos.blogspot.com/

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