Aqui estão os press-releases de três livros de nossa autoria. Um é sobre a intervenção municipal no Anchieta, um manicômio em Santos, ocorrida em 1989. E o outro é sobre Vila Parisi, o lugar que já foi o mais poluido do mundo. E o outro, "Verão Vermelho", sobre os setenta anos da luta do petróleo é nosso.
Paulo Matos
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HISTÓRIA DE SANTOS FAZ LANÇAMENTO NACIONAL
A MAIOR REFORMA PSIQUIÁTRICA DO MUNDO TEM LIVRO-REPORTAGEM, NA TERRA E NO LUGAR ONDE NASCEU HÁ 15 ANOS
LIVRO COMEMORA OS 15 ANOS DE UM EVENTO DE REPERCUSSÃO MUNDIAL – A INTERVENÇÃO MUNICIPAL NO MANICÔMIO ANCHIETA, EM SANTOS. E NARRA O MARCO INICIAL DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA, NA CIDADE QUE FOI VANGUARDA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS. A OBRA, DE AUTORIA DO JORNALISTA, HISTORIADOR E BACHAREL EM DIREITO PAULO MATOS, FOI LANÇADA DIA 25 DE OUTUBRO NA FACULDADE DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SANTOS, COM APOIO DAS ONGS QUE ATUAM NA LUTA ANTIMANICOMIAL.
O ANCHIETA ERA PROPRIEDADE DO PSIQUIATRA EDMUNDO MAIA, QUE FOI ASSESSOR DE SAÚDE MENTAL DO PRESIDENTE JÂNIO QUADROS. “E ERA UM MANICÔMIO BEM DIFERENTE DAQUELE EM TABOÃO DA SERRA, EM QUE ESTIVERAM INTERNADOS PAULO COELHO E RAUL SEIXAS, MAS DO MESMO DONO, O MESMO EDMUNDO MAIA”, COMENTA O PSIQUIATRA E NEUROLOGISTA DOMINGOS STAMATO. “RAULZITO” MORREU EM 21 DE AGOSTO DE 1989 E O “MALUCO BELEZA” FOI O “FUNDO MUSICAL” DA INTERVENÇÃO.
AS TORTURAS QUE CONTINUARAM
STAMATO, JUNTO COM A PSICÓLOGA E PROFESSORA ISABEL CALIL, PARTICIPARAM DA RETOMADA DO MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL BRASILEIRO NOS ANOS 80 EM SANTOS, CIDADE EM QUE RESSURGIU A LUTA CONTRA OS MANICÔMIOS NO PAÍS - COMO ATESTA AUSTREGÉSILO CARRANO BUENO, O AUTOR DO LIVRO “O CANTO DOS MALDITOS”, QUE DEU ORIGEM AO FILME “O BICHO DE 7 CABEÇAS”. O LIVRO TRAZ ESTA E TODAS AS HISTÓRIAS DAS LUTAS, TEORIAS E TRAGÉDIAS DOS HOSPÍCIOS BRASILEIROS, UMA BATALHA RETOMADA NO COMBATE AS TORTURAS DA DITADURA MILITAR E QUE PERSISTIRAM APÓS SEU FIM.
BASE CONSTITUCIONAL
A INTERVENÇÃO MUNICIPAL NO ANCHIETA, A PRIMEIRA EM UM HOSPITAL NO BRASIL, TEVE COMO PARTICIPANTE ESSENCIAL O ADVOGADO SÉRGIO SÉRVULO DA CUNHA, EX-CHEFE DE GABINETE DO MINISTRO MÁRCIO THOMAZ BASTOS, ENTÃO VICE-PREFEITO E SECRETÁRIO DE ASSUNTOS JURÍDICOS, QUE FAZ SEU DEPOIMENTO E ALINHA AS AÇÕES TOMADAS. O LIVRO TRAZ A BASE CONSTITUCIONAL DESTAS AÇÕES.
NA SANTOS DE TELMA, A VITÓRIA DOS MENTALEIROS
ANCHIETA, 15 ANOS - A QUARTA REVOLUÇÃO MUNDIAL DA PSIQUIATRIA
um documento da luta antimanicomial
PAULO MATOS
APOIO ONGs FÓRUM DE SAÚDE MENTAL – MALUCO BELEZA
DIFERENTE CIDADÃO – SEM GRILO NA CUCA – FRANCO ROTTELI - ALIA / ASSOCIAÇÃO LIBERTÁRIA DA INFÃNCIA E ADOLESCÊNCIA
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ANCHIETA, 15 ANOS: O RESGATE DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Santos, a terra da caridade e da liberdade, como diz seu brasão, produziu um episódio de repercussão mundial - e que esteve presente em todas as televisões e jornais de todo o país e do exterior, do New York Times ao Miami Herald e Los Angeles Times -, agora reportado no livro sobre os 15 anos da intervenção municipal na Casa de Saúde Anchieta. Era um manicômio para pacientes de Saúde Mental e a intervenção foi decretada pela prefeita Telma de Souza em 3 de maio de 1989. Por esta ação, o vereador santista Ademir Pestana (PT) criou a Lei 2.092, de 26/3/2003, que instituiu no calendário oficial do Município o Mês da Saúde Mental.
Objeto de denúncias há décadas, como a do autor no jornal universitário “Entrevista”, então estudante de jornalismo, em 1982, 7 anos antes da intervenção municipal, no Anchieta ocorreram 50 mortos em apenas 3 anos, episódios que e acumulavam nas semanas anteriores à intervenção. Tinha problemas de superlotação e falta de pessoal (quase 600 pacientes em pouco mais de 200 vagas, vítimas de eletrochoques brutais e violências diversas desde a falta de alimentos e condições mínimas de vida) e nenhuma atitude do Estado ou da cidade. Era o hospício apelidado de “Casa dos Horrores”, um pesadelo antigo para Santos – um dos mais cruéis do sistema existente no país e que a partir desse ato sofreu uma radical transformação, culminando doze anos depois com a Reforma Psiquiátrica na Lei federal 10.216, do deputado do PT mineiro Paulo Delgado, em 6 de abril de 2001.
A Lei da Reforma Psiquiátrica foi inspirada na Lei Basaglia de 1978, nos princípios da Organização Mundial de Saúde – avançando sobre as normas legais da época fascista que vigiam, o Código Civil de 1916 e o Decreto-lei 24.599, de 3/7/1934. Dando início ao que seria a coroação de um processo mundial que se desenvolvia desde os anos 40 no mundo e que desde os anos 80 foi retomado em Santos para o Brasil. Iniciado há 10 anos a convite do então prefeito David Capistrano e retomado este ano, a obra foi editada com o apoio das entidades que atuam na questão.
O AUTOR
Paulo Matos é jornalista, historiador pós-graduado e bacharel em Direito, atualmente assessor parlamentar do vereador Ademir Pestana (PT). Matos recebeu em 1986 o prêmio estadual da Fundação Faria Lima de História, contando a trajetória do movimento operário santista à época do sindicalismo livre (1879-1927), tema de seu trabalho na conclusão do curso de Jornalismo. É autor também dos livros “Transporte coletivo em Santos, história e regeneração” (1987) e “Caixeiro, Conferente, Tally Clerk” (1996), sobre a temática do sindicalismo, tendo escrito também sobre arquitetura no ensaio “Santos Jurado, a ilha e o novo”, editado pela PRODESAN nesse mesmo ano. E de um Trabalho de Conclusão de Curso na sua formação em Direito em 2002 narrando a conjuntura de ilegalidade do transporte coletivo no país, denominado “Catracas, cobradores e direitos sociais”, entre outros artigos. Militante político indiciado na Lei de Segurança Nacional, anistiado, Paulo Matos tem 55 anos.
O LIVRO
O livro busca o resgate dos Direitos Humanos na causa da luta pela dignidade humana, contra os eletrochoques e abusos medicamentosos ocorridos na cidade e no país, em que ainda ocorrem aplicações desta “terapia” (o eletrochoque, aplicada aleatoriamente como as torturas da Ditadura Militar), descoberta como método de amansar porcos para o abate “descoberto” por Ugo Cerletti e Lucio Bini em 1938. E conta a inacreditável história dos 38 anos em que existiu a chamada “Casa dos Horrores”, que a prefeita Telma (1989-1992) interveio como primeiro ato de seu mandato. E a tradição autoritária da psiquiatria institucional desde seu surgimento na Revolução Francesa, quando Phillipe Pinel separou os “loucos” dos marginais instituindo o manicômio. E caminhada das luta antimanicomial no mundo, no país e em Santos, assim como a política de Saúde Mental do Governo Lula, no exemplo de Santos, na marcha para a extinção dos manicômios.
A QUARTA REVOLUÇÃO MUNDIAL DA PSIQUIATRIA
O autor da reforma psiquiátrica francesa Felix Guatari, que como outras dezenas de personalidades de diversos países, a exemplo dos psiquiatras italianos Franco Basaglia e Franco Rotteli, estiveram em Santos para conhecer a experiência, chamou esta intervenção (a primeira do país em um hospital) de “a quarta revolução mundial da psiquiatria” – que foram as de Pinel, Freud, Basaglia e Santos, nessa ordem, aqui com participação popular permitindo sua concretização. Santos extinguiu o manicômio através de um amplo programa alternativo e descentralizado em 1/3 do tempo do exemplo modelar de Trieste, na Itália, realizado por Franco Basaglia – de quem foi estagiário o diretor do programa santista, o psiquiatra Roberto Tykanori Kinoshita.
A intervenção no Anchieta concretizou as teses que reuniam militantes no mundo desde os anos 40, na teoria de Cooper e Laing, entre um contingente de profissionais que hoje aplica as lições de santos no país, motivo de dezenas de teses universitárias. a crueldade dos manicômios brasileiros está descrita nos relatórios das caravanas nacionais de direitos humanos realizadas no governo Lula, descritas no livro, sob o comando do coordenador nacional de saúde mental e antigo militante antimanicomial Pedro Delgado.
SANTOS DEU A PARTIDA NACIONAL PARA
A VITÓRIA FINAL CONTRA OS TORTURADORES
O livro, que traz na abertura a célebre carta de Antonin Artaud aos diretores dos manicômios, contestando a barbárie secular, registra os 15 anos da intervenção municipal na Casa de Saúde Anchieta, um hospício que existia em Santos desde 1951 e cujas práticas feriam os direitos humanos. A intervenção colocou Santos na vanguarda mundial da Saúde Mental – afirmada na decisão da então prefeita Telma de Souza, em maio de 1989, nos primeiros meses de seu mandato, de proibir a existência de um lugar em que se torturavam seres humanos, submetidos à fome e ao sofrimento.
Com capa do renomado escultor e pintor Luiz Garcia Jorge, há 44 anos em Santos e formado na Escuela Superior de Belas Artes de Barcelona e com mais de 30 esculturas em áreas públicas nas cidades da região, com diversos depoimentos de personagens que atuaram no processo, o livro tem 175 páginas e 60 capítulos que reportam a intervenção no Anchieta e a história da luta antimanicomial em Santos e no Brasil - na união de militantes reunidos na ARTSAM - Associação dos Trabalhadores da Saúde Mental como Telma e o psiquiatra Domingos Stamato desde os anos 80.
A obra é um abrangente resgate desta trajetória histórica de defesa dos Direitos Humanos no país, ápice da luta antimanicomial, significado neste ato de repercussão mundial e que trouxe a Santos personalidades internacionais, na senda da extinção dos manicômios que Santos colocou em prática. Na marcha da luta da chamada “psiquiatria democrática”, que Santos retomou no Brasil nos anos 80, na defesa do atendimento descentralizado e alternativo em oposição aos asilos cruéis e excludentes. O livro traz as reportagens no dia-a-dia destes 15 anos, ano a ano, de 1989 a 2004, repercutindo a intervenção e suas conseqüências na modificação dos paradigmas da Saúde Mental no país. Como na implantação de programas pelo Governo Lula, que citou a referência santista de Telma.
INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS DOS ELETROCHOQUES
Com destaque para o Projeto Tam-Tam de Renato Di Renzo, que reintegrando pacientes pela arte gerou exemplos para o país e para o mundo, o livro comenta a Reforma Psiquiátrica brasileira de 2001 e traz os principais nomes da psiquiatria mundial e brasileira. Estão presentes desde os criadores dos métodos violentos de “tratamento” dos problemas mentais, como os que foram banidos de Santos apesar da resistência às mudanças – o psiquiatra francês Phillipe Pinel, o americano Benjamim Rush (que dizia que os negros tinham lepra e que era preciso submetê-los para curá-los), os continuadores brasileiros Franco da Rocha e Edmundo Maia, o antigo diretor do Anchieta.
Assim como destaca os reformadores da matéria, do italiano Franco Basaglia a Nise da Silveira, a psiquiatra antológica que desde os anos 30 propunha as reformulações concretizadas no modelo exemplar de Trieste promovido por Basaglia, que destruiu o manicômio - além as teorias do (anti) psiquiatra americano Thomas Szasz, que identifica a psiquiatria institucional como herdeira da Inquisição e da escravidão.
Trazendo as lições de Michel Foucault e o relato das infrações aos Direitos Humanos nos manicômios brasileiros, reveladas nas ações das Caravanas dos Direitos Humanos executadas pelo Ministério da Saúde e diversas entidades, no Governo Lula – que tem o setor da Saúde Mental dirigido por um antigo militante antimanicomial, Pedro Delgado -, o livro revela ainda as questões jurídicas da questão e os princípios constitucionais que possibilitaram a intervenção, a primeira em um hospital no Brasil, no processo comandado pelo jurista Sérgio Sérvulo da Cunha, que entrevistamos. E comenta O Taylorismo, o sistema econômico gerando loucura.
Machado de Assis, Hermann Hesse e Gabriel Garcia Márquez estão comentados em suas referências à questão, assim como a “industrialização” dos manicômios pela Ditadura Militar com fins econômicos e políticos destes contribuintes da tortura. O livro traz ainda o comentário sobre os filmes que abordam a questão secular. O direito de indenização às vítimas dos eletrochoques, na proposta de Carrano Bueno, está considerada, em se historiando o método desde sua invenção nos anos 30, descoberto como amansador de porcos para o abate.
Para o autor, o objetivo do livro, “mais uma tarefa de militância política”, disse, é contribuir para a causa antimanicomial e a defesa dos Direitos Humanos, “projetando Santos no país e no mundo no campo da vanguarda dos direitos sociais resgatados pela prefeita Telma de Souza. Eles se exigem registrados para ampliar esta informação a setores mais amplos – garantindo, assim, a evolução cultural e social que Santos teve na gestão de Telma (1989-1992), propiciada por sua coragem e disposição nessa derrubada de um dos pilares centrais do sistema econômico de opressão e exploração, oferecendo novos rumos para a sociedade humana”, concluiu.
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LIVRO FALA DE CUBATÃO, BAIXADA SANTISTA, VILA PARISI:
O LUGAR MAIS POLUIDO DO MUNDO
A SOLUÇÃO DE UMA DAS QUESTÕES SOCIAIS MAIS RELEVANTES DESTE PAÍS NO SÉCULO XX ESTÁ REGISTRADO NO LIVRO “VILA PARISI, TRAGÉDIA E ESPERANÇA”. UM TRABALHO QUE, NESTES TEMPOS DE AQUECIMENTO GLOBAL E PREOCUPAÇÃO COM O MEIO-AMBIENTE, É OPORTUNA.
TRAZEMOS A PUBLICAÇÃO QUE PROJETARÁ A GRANDIOSIDADE DA TAREFA DE TRANSFORMAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA EM UM MOMENTO POLÍTICO IGUALMENTE TRANSFORMADOR, QUANDO A DITADURA MILITAR COMEÇAVA A RUIR COM A ELEIÇÃO DIRETA DO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, QUE AGIU DIRETAMENTE PARA AS SOLUÇÕES DA VILA PARISI, EM QUE ESTÃO PRESENTES EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DA CIDADE DE CUBATÃO, SP, LOCALIZANDO-A.
O LIVRO É UMA PESQUISA HISTÓRICA QUE REMONTA AOS FATOS DA COLONIZAÇÃO BRASILEIRA, DAS ORIGENS DO SÍTIO DE BANANAIS SOBRE O QUAL SE IMPLANTOU UMA VILA. QUE MACIÇAMENTE OCUPADA EM SUA VOLTA POR DEZENAS DE INDÚSTRIAS, EM UMA SITUAÇÃO GEOGRÁFICA ADVERSA, SE TORNOU A MAIS POLUIDA DO MUNDO - EXGINDO UM ÁRDUO TRABALHO POLÍTICO E ADMINISTRATIVO PARA QUE ESTA REALIDADE FOSSE REVERTIDA EM FAVOR DE SUA GENTE.
VILA PARISI VAI VIRAR LIVRO
O jornalista e historiador Paulo Matos anuncia publicação
Vila Parisi, tragédia e esperança descreve o episódio do núcleo cubatense que já foi o mais poluído do mundo, então chamado pelo jornalista Randáu Marques, do Jornal da Tarde, de Vale da Morte. É uma pesquisa do jornalista e historiador Paulo Matos já nas mãos do prefeito Nei Serra, que atuou nesta história e que pretende editá-lo.
Surgida em 1956 entre antigos bananais já improdutivos, o núcleo chegou a reunir 25 mil moradores nos anos 80 e teve repercussão mundial, com seus habitantes fixados precariamente em seus 475 metros quadrados. Vindos majoritariamente do Nordeste, emigrantes em busca dos então nascentes empregos da Cosipa, uma siderúrgica que nascia.
Com a vinda dos migrantes, Vila Parisi se tornou o inferno das enchentes, valas fétidas, caramujos da esquistossomose e fossas, sem água, esgoto, pavimentação ou qualquer serviço público – ainda bombardeada pela poluição industrial que se instalou em redor do vale entre montanhas. Foi aprovada no papel - e legalizada pelo Prefeito Luiz Camargo da Fonseca e Silva - em 18 de janeiro de 1957.
Vila Parisi seria extinta após enormes batalhas em 1992, com um grande show de Roberto Carlos. Era o fim da tragédia, para ser a esperança O antigo bananal de Vila Parisi nasceu com o português de Coimbra Antonio Mendes da Costa, que trabalhou até quase 100 anos plantando e embarcando bananas. E ficou para seu genro, o espanhol de Ponterubias, Província de Pontevedras, Silvestre Perez Esteves, que chegara em 1922 com 24 anos, dividindo o trabalho com o sogro. Ele venderia a área , em 1956, aos irmãos Celso e Heládio Parisi – que "fizeram" a Vila.
Palco de histórias e disputas dramáticas, em que se envolveram personalidades nacionais e estaduais, Vila Parisi provocou grande movimentação social em Cubatão, na organização popular que rejeitava a tragédia. E foi a partir dela que se buscou a solução dos problemas de poluição da cidade, no momento do início da democratização brasileiro com a eleição, em São Paulo, em 1982, do Governador Franco Montoro.
O livro remonta as origens da área na época da colonização, desde a posse dos jesuítas. Faz o trajeto da industrialização cubatense, narrando o dia a dia dos fatos da tragédia na imprensa. Foram utilizadas como fontes centenas de publicações jornalísticas, livros e teses e o livro faz um mergulho desde a pré-história.
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PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS
1937-2007
OS SETENTA ANOS DO
JORNAL DO PETRÓLEO
O BRASIL QUE FEZ A PETROBRAS
*
OS 60 ANOS DA CAMPANHA POPULAR
O PETRÓLEO É NOSSO
PAULO MATOS
O aniversário de 70 anos do “Jornal do Petróleo”, marco inicial da luta organizada para que o Brasil explorasse o seu “ouro negro”, que estão em meu poder, está na raiz da origem histórica da Petrobras em três de outubro de 1953. Que resgatamos no trabalho de pesquisa histórica de material referente ao início da organização para a luta de exploração do petróleo no Brasil. O “Jornal do Petróleo” de 1937 está, reproduzido, analisado e comentado no trabalho que marca os setenta anos deste “marco zero” da imprensa comprometida com o país na questão, nos exemplares que possuo desde o número inicial.
Há dez anos reúno material sobre o tema, tendo entrevistado personagens históricos já desaparecidos como Aldo Ripasarti, já desaparecido, Ripasarti que foi presidente do Centro de Defesa do Petróleo em Santos. Entre outros destes tempos de grandes batalhas que narramos como o comício do Macuco, que fez o herói Deoclécio Santana assassinado pela polícia que tinha proibido o ato constituinte da história da Petrobras.
Os fatos do período em que se decidiu que o país seria dono de seus destinos estão contados em sua visão histórica e jurídica, no detalhe de sua interpretação política. Mesmo na ilegalidade, neste tempo, foi o PCB que centralizou as ações em todo o país para o avanço da campanha popular “O petróleo é nosso” que resultou na Lei 2004 de Vargas criando a Petrobras – etapa final da luta contra os interesses multinacionais que se manifestam desde o início da história do petróleo, que narramos mundial e nacionalmente.
Trazendo as lições de Michel Foucault e o relato das infrações aos Direitos Humanos nos manicômios brasileiros, reveladas nas ações das Caravanas dos Direitos Humanos executadas pelo Ministério da Saúde e diversas entidades, no Governo Lula – que tem o setor da Saúde Mental dirigido por um antigo militante antimanicomial, Pedro Delgado -, o livro revela ainda as questões jurídicas da questão e os princípios constitucionais que possibilitaram a intervenção, a primeira em um hospital no Brasil, no processo comandado pelo jurista Sérgio Sérvulo da Cunha, que entrevistamos. E comenta O Taylorismo, o sistema econômico gerando loucura.
Machado de Assis, Hermann Hesse e Gabriel Garcia Márquez estão comentados em suas referências à questão, assim como a “industrialização” dos manicômios pela Ditadura Militar com fins econômicos e políticos destes contribuintes da tortura. O livro traz ainda o comentário sobre os filmes que abordam a questão secular. O direito de indenização às vítimas dos eletrochoques, na proposta de Carrano Bueno, está considerada, em se historiando o método desde sua invenção nos anos 30, descoberto como amansador de porcos para o abate.
Para o autor, o objetivo do livro, “mais uma tarefa de militância política”, disse, é contribuir para a causa antimanicomial e a defesa dos Direitos Humanos, “projetando Santos no país e no mundo no campo da vanguarda dos direitos sociais resgatados pela prefeita Telma de Souza. Eles se exigem registrados para ampliar esta informação a setores mais amplos – garantindo, assim, a evolução cultural e social que Santos teve na gestão de Telma (1989-1992), propiciada por sua coragem e disposição nessa derrubada de um dos pilares centrais do sistema econômico de opressão e exploração, oferecendo novos rumos para a sociedade humana”, concluiu.
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LIVRO FALA DE CUBATÃO, BAIXADA SANTISTA, VILA PARISI:
O LUGAR MAIS POLUIDO DO MUNDO
A SOLUÇÃO DE UMA DAS QUESTÕES SOCIAIS MAIS RELEVANTES DESTE PAÍS NO SÉCULO XX ESTÁ REGISTRADO NO LIVRO “VILA PARISI, TRAGÉDIA E ESPERANÇA”. UM TRABALHO QUE, NESTES TEMPOS DE AQUECIMENTO GLOBAL E PREOCUPAÇÃO COM O MEIO-AMBIENTE, É OPORTUNA.
TRAZEMOS A PUBLICAÇÃO QUE PROJETARÁ A GRANDIOSIDADE DA TAREFA DE TRANSFORMAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA EM UM MOMENTO POLÍTICO IGUALMENTE TRANSFORMADOR, QUANDO A DITADURA MILITAR COMEÇAVA A RUIR COM A ELEIÇÃO DIRETA DO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, QUE AGIU DIRETAMENTE PARA AS SOLUÇÕES DA VILA PARISI, EM QUE ESTÃO PRESENTES EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DA CIDADE DE CUBATÃO, SP, LOCALIZANDO-A.
O LIVRO É UMA PESQUISA HISTÓRICA QUE REMONTA AOS FATOS DA COLONIZAÇÃO BRASILEIRA, DAS ORIGENS DO SÍTIO DE BANANAIS SOBRE O QUAL SE IMPLANTOU UMA VILA. QUE MACIÇAMENTE OCUPADA EM SUA VOLTA POR DEZENAS DE INDÚSTRIAS, EM UMA SITUAÇÃO GEOGRÁFICA ADVERSA, SE TORNOU A MAIS POLUIDA DO MUNDO - EXGINDO UM ÁRDUO TRABALHO POLÍTICO E ADMINISTRATIVO PARA QUE ESTA REALIDADE FOSSE REVERTIDA EM FAVOR DE SUA GENTE.
VILA PARISI VAI VIRAR LIVRO
O jornalista e historiador Paulo Matos anuncia publicação
Vila Parisi, tragédia e esperança descreve o episódio do núcleo cubatense que já foi o mais poluído do mundo, então chamado pelo jornalista Randáu Marques, do Jornal da Tarde, de Vale da Morte. É uma pesquisa do jornalista e historiador Paulo Matos já nas mãos do prefeito Nei Serra, que atuou nesta história e que pretende editá-lo.
Surgida em 1956 entre antigos bananais já improdutivos, o núcleo chegou a reunir 25 mil moradores nos anos 80 e teve repercussão mundial, com seus habitantes fixados precariamente em seus 475 metros quadrados. Vindos majoritariamente do Nordeste, emigrantes em busca dos então nascentes empregos da Cosipa, uma siderúrgica que nascia.
Com a vinda dos migrantes, Vila Parisi se tornou o inferno das enchentes, valas fétidas, caramujos da esquistossomose e fossas, sem água, esgoto, pavimentação ou qualquer serviço público – ainda bombardeada pela poluição industrial que se instalou em redor do vale entre montanhas. Foi aprovada no papel - e legalizada pelo Prefeito Luiz Camargo da Fonseca e Silva - em 18 de janeiro de 1957.
Vila Parisi seria extinta após enormes batalhas em 1992, com um grande show de Roberto Carlos. Era o fim da tragédia, para ser a esperança O antigo bananal de Vila Parisi nasceu com o português de Coimbra Antonio Mendes da Costa, que trabalhou até quase 100 anos plantando e embarcando bananas. E ficou para seu genro, o espanhol de Ponterubias, Província de Pontevedras, Silvestre Perez Esteves, que chegara em 1922 com 24 anos, dividindo o trabalho com o sogro. Ele venderia a área , em 1956, aos irmãos Celso e Heládio Parisi – que "fizeram" a Vila.
Palco de histórias e disputas dramáticas, em que se envolveram personalidades nacionais e estaduais, Vila Parisi provocou grande movimentação social em Cubatão, na organização popular que rejeitava a tragédia. E foi a partir dela que se buscou a solução dos problemas de poluição da cidade, no momento do início da democratização brasileiro com a eleição, em São Paulo, em 1982, do Governador Franco Montoro.
O livro remonta as origens da área na época da colonização, desde a posse dos jesuítas. Faz o trajeto da industrialização cubatense, narrando o dia a dia dos fatos da tragédia na imprensa. Foram utilizadas como fontes centenas de publicações jornalísticas, livros e teses e o livro faz um mergulho desde a pré-história.
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PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS
1937-2007
OS SETENTA ANOS DO
JORNAL DO PETRÓLEO
O BRASIL QUE FEZ A PETROBRAS
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OS 60 ANOS DA CAMPANHA POPULAR
O PETRÓLEO É NOSSO
PAULO MATOS
O aniversário de 70 anos do “Jornal do Petróleo”, marco inicial da luta organizada para que o Brasil explorasse o seu “ouro negro”, que estão em meu poder, está na raiz da origem histórica da Petrobras em três de outubro de 1953. Que resgatamos no trabalho de pesquisa histórica de material referente ao início da organização para a luta de exploração do petróleo no Brasil. O “Jornal do Petróleo” de 1937 está, reproduzido, analisado e comentado no trabalho que marca os setenta anos deste “marco zero” da imprensa comprometida com o país na questão, nos exemplares que possuo desde o número inicial.
Há dez anos reúno material sobre o tema, tendo entrevistado personagens históricos já desaparecidos como Aldo Ripasarti, já desaparecido, Ripasarti que foi presidente do Centro de Defesa do Petróleo em Santos. Entre outros destes tempos de grandes batalhas que narramos como o comício do Macuco, que fez o herói Deoclécio Santana assassinado pela polícia que tinha proibido o ato constituinte da história da Petrobras.
Os fatos do período em que se decidiu que o país seria dono de seus destinos estão contados em sua visão histórica e jurídica, no detalhe de sua interpretação política. Mesmo na ilegalidade, neste tempo, foi o PCB que centralizou as ações em todo o país para o avanço da campanha popular “O petróleo é nosso” que resultou na Lei 2004 de Vargas criando a Petrobras – etapa final da luta contra os interesses multinacionais que se manifestam desde o início da história do petróleo, que narramos mundial e nacionalmente.
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